...E a vida continua...

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Domingo passado, ao voltar de um passeio, uma amiga e eu encontramos um aglomerado de pessoas na esquina da rua em que moramos. De cara achei que fosse uma festa, mas, ao julgar pelas expressões angustiadas, minha amiga acertadamente concluiu: -Morreu alguém!
Na verdade ninguém havia falecido ainda, mas na segunda de manhã soubemos que o rapaz que ali morava havia sofrido um acidente em uma cachoeira, ficara em coma todo o domingo e faleceu na manhã seguinte.
Segunda-feira, então, foi um dia de muito entra e sai na casa. Uns choravam, outros lamentavam. Um terrível clima no ar, algo impossível de traduzir e que só nós, que já perdemos um ente querido, sabemos o que é.
A morte. Sempre presente. Sempre ameaçadora. Sempre iminente, mas ninguém realmente se acostuma a ela. Nem antes, nem depois que ela se abate sobre nós.
Hoje passei novamente enfrente à casa. Alguém regava as flores no jardim, um cachorro cochilava na varanda, moças tagarelavam na sala.
A vida tem que continuar.