sábado, janeiro 06, 2007

"Por que as mulheres choram? Por que os homens mentem?"

Quando temos o que, eufemisticamente, podemos chamar de tempo livre (pra não dizer 'ocioso') é ideal aproveitarmos para fazer o que normalmente não faríamos, certo?

E como tempo livre - eufemístico mesmo - é o que mais tenho tido ultimamente, aproveitei para expandir meus planos de leitura. Foi assim, de uma forma dramaticamente inocente e despercebida, que me vi mergulhar em livros dos quais venho fuguindo desde que ultrapassei a tênue e confortável linha dos 20 anos: livros sobre relacionamentos.

Se eu estava esperando algum tipo de resposta, juro, não as tive! E quanto às poucas certezas que eu achava ter? Perdi a todas, em algum lugar entre o primeiro e o último capítulo do livro.

Sobre mulheres eu já imaginava - e agora tenho certeza - de que não sei lá 'grandes coisas' (mal me reconheço quando me vejo imersa em uma chuva de hormônios!). Bom, acho que conheço bem minha mãe, mas não ouso dizer que a entendo. Não mesmo!!! Convencida de que o âmago feminino não é mesmo meu forte, ainda me restava a ilusão de que sobre os homens sim, eu sabia um pouco! Nem que fosse um pouquinho.

Hoje já não sei mais...

Quem são aqueles transcristos no livro? Aqueles homens formam a maioria ou a minoria no planeta Terra? Não que eu nunca tenha encontrado tipos como os descritos com detalhes nos textos, mas em recuso a simplesmente aceitar em definitivo o que li.

Que homens são esses, incapazes de encarar as situações de frente? Que mentem para evitar confrontos ou pelo simples prazer de mentir? Quem são esses que fazem da traição um esporte e que acham que um grande número de conquistas amorosas os tornam mais viris?

Talvez sejam eles apenas frágeis frutos de uma sociedade machista em decadência; remanescentes frustrados de uma época em que vigorou o paternalismo;machos que não estão preparados para um relacionamento a dois, nem tão pouco para encarar mulheres independentes e questionadoras. Quem sabe preferissem voltar no tempo e estacionar quando a voz masculina era lei e, em lugar de relacionar-se, o casal na verdade só convivia?

Esses são os homens de que trata o livro, mas os que eu escolho para manter em minha vida são bem diferentes. Meu avô (in memorian), meu pai, meu irmão, meus grandes amigos, meu primeiro amor (doce lembrança) e até meu gato, todos permanecem porque são dignos de minha admiração e respeito, porque foram capazes de construir comigo um relacionamento de amor e confiança; e não há confiança sem sinceridade.

Não acho que a raça masculina esteja terminantemente fadada ao fracasso e nem a feminina, ao conformismo, como reza o livro. Talvez a chave para o sucesso das próximas gerações masculinas esteja justamente nas nossas mãos, mulheres! Podemos e devemos mostrar aos nossos adoráveis 'maus necessários' que nada é maior que a verdade e que com ela não se discute.

E aí, mesmo que choremos, certamente serão lágrimas bem menos doloridas, pois estarão calcadas no afago da sinceridade.


P.S: Tenho certeza de que meu gato é sincero comigo. Nunca nos desentendemos... :p

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