Coca-Cola: o significado além da marca

Não que eu queira reacender aqui qualquer tipo de discussão aobre conceito, imagem ou identidade de marca, mas vocês já pararam para pensar no significado que alguns produtos de consumo adquiriram no imaginário popular brasileiro?

Todos os dias somos soterrados por propagandas, marcas, slogans, marketings, jingles, merchandising dos mais variados. Seja folheando uma revista, zappeando na TV, navegando na Net ou simplesmente dirigindo pelas ruas da cidade temos nossos olhos - e outros sentidos - invadidos por toda gama de produtos e serviçis à caça de clientes para serem 'aliciados' ou, como muita sorte, fidelizados.

É uma guerra árdua!

De um lado, toda uma equipe de profissionais preparados e posicionados estrategicamente para criar o desejo para que se consuma determinado produto. Do outro, temos compardores em potencial, ávidos por bens de consumo que lhes tragam status ou a satisfação de uma necessidade que eles nem sabiam que tinham.

Foi diante deste cenário que me peguei pensando sobre a Coca-Cola*. Este refrigerante mundialmente famoso, originalmente concebido como um remédio patenteado pelo farmacêutico norte-americano John S. Pemberton , em 1886, já não está mais no patamar de um simples produto no nosso imaginário;o seu significado vai mais além. E nem estou falando de propaganda e marketing, visto que a divulgação do refrigerante estampa atualmente característcas mantenedoras, pressupondo que a humanidade inteira consiste em plenos consumidores da bebida - uma planeta povoado por cocólatras!

Mas o que chamou minha mesmo foi perceber como a Coca - refrigerante mesmo - tem um espaço diferenciadono universo das expressões idiomáticas do nosso país.

Sim, pois todos nós sabemos que "se uma festa não estava lá uma Coca-Cola" significa que não foi tão boa assim, que a balada não bombou. Ou quando afirmamos que fulano "se acha a última Coca-cola gelada no deserto" é porque esse indivíduo se dá uma importância exagerada, enfim, é um metido mesmo. E ainda - e minha preferida - quando se diz " ...Hummmm, essa Coca é Fanta" existe uma clara dúvida a cerca da sexualidade de alguém (não que se possa acertar que à Fanta tenha sido relegada a imagem de uma bebida andrógena ou que ainda não saiu do armário, mas a Coca-Cola é, sim, um refrigerante seguro de si, que sabe quem é e do que gosta). Isso, ao menos, no imaginário popular...

É claro que convivemos com muitas outras expressões que carregam como referencial um produto de consumo - 'mil e uma utilidades', 'a Boa', 'a Número 1', 'as Legítimas' - mas nenhumas delas (que eu me lembre agora) está realmente focada no produto, como no caso da Coca.

Creio que esta é uma discussão de cunho socio-mercado-desocupadológico bem interessante, então sugiro que saiamos para tomar alguma coisa e conversar a respeito....

... a minha com limão e gelo, por favor!

* Fonte: Wikipédia