sexta-feira, janeiro 19, 2007

Cadê NOSSA Responsabilidade Social?



Nome: Ininteligível
Idade: Indefinida
Naturalidade: Desconhecida
Endereço: W3 Sul, esquina da quadra 512



Moro em Brasília - DF há apenas três meses, dois deles na Asa Sul, próximo à W3. Já no meu primeiro final de semana como moradora do Plano Piloto, num domingo de manhã, saí de casa para comprar o jornal e aí me deparei com a figura deste senhor, acampado em uma esquina da avenida.

Ele estava lá, varrendo a calçada como se esta fosse sua própria casa. Fiquei o observado por alguns minutos, na esperança de entender o que se passava, quando o vi abraçando fortemente a árvore enfrente ao seu acampamento. Ele também parecia conversar com ela. Neste instante um turbilhão de sentimentos tomou conta de mim: um misto de tristeza, compaixão e vergonha.
Tristeza por ver um ser humano vivendo naquelas condições; compaixão por saber que ele não tem a menor noção do que se passa ao seu redor; vergonha por me ver passiva diante daquela situação, assim como a todos que já o viram ali e não fizeram nada para ajudá-lo.

Cadê a iniciativa de nós, pessoas comuns? Onde está a NOSSA Responsabilidade Social?
Nas semanas seguintes passei a observar aquela rotina sagrada, em que este desconhecido varre seu pedaço de calçada, enfrente ao depósito de uma grande loja de departamentos, abraça sua árvore amiga e é ignorado pela maioria dos que por ali circulam. À medida que os dias passam, minhas tristeza e vergonha só aumentavam. Há quanto tempo ele estaria vivendo ali? Ele tem família? Casa? Algum parente? Como veio parar ali?

Se arte só é considerada como tal quando contemplada, as pessoas também perdem seu status de ser humano quando se vêem marginalizadas? E se nossos direitos são todos iguais perante a lei, e esse senhor é um de nós, onde estão os responsáveis pelo cumprimento dos deveres sociais para com ele? Sim, porque, todos sabemos, inclusos nos impostos que pagamos estão os serviços sociais globais que o Governo e as Prefeituras se comprometem fazer em nosso lugar, já que somos ocupados demais para olhar para os lados.
Tão indiferente quanto qualquer um dos bustos de cobre expostos na Parça Deodoro, no Centro de São Luís - MA (você já prestou atenção neles?), é aquele homem que mora na W3 Sul, em um dos trechso mais movimentados da capital federal, por quem todos passam, alguns olham e ninguém faz nada.


* Depois de 2 meses, venci minha inércia e procurei as autoridades competentes para cuidar destes casos no Distrito Federal. A responsável pelo setor de Serviço Social me informou não ter registro de denúncias sobre este fato em particular, mas se comprometeu em avergüar a situação. Não se preocupem, agora que sei para quem cobrar, não mais me esquivarei de minhas obrigações de cidadã. É melhor começarmos a lembrar: temos Direitos, mas DEVERES também!

Um comentário:

Anônimo disse...

é q nem o lance da ética q não se discute nas universidades e cada um só querendo o melhor emprego do mundo, q trabalhe de menos e ganhe de mais e q as pessoas do mundo (as q não conhecemos) se fodam, mas não estraguem a fotografia...tudo q foi investido em educação deve se transformar para a mudança da realidade, seja com um artigo, uma varrida ou uma música...outro dia qdo fui num médico, o sacana me consultou sem nem olhar nos meus olhos. a grana está matando por falta d'água as flores dentro das pessoas