sexta-feira, março 09, 2007

Escrever: adorável desafio

Escrever, para quem é alfabetizado, não é mesmo tarefa tão complicada. Desafio é escrever bem, de forma clara, concisa, direta, sem 'encher lingüiça' e sem cair no tecnicismo ou na chatice. É ser interessante quando o assunto não ajuda tanto. É ser atraente quando os fatos não têm qualquer atrativos. Enfim, é vencer as regras da Gramática, subjulgando-a a nosso bel prazer.
Quem trabalha o tempo todo com as palavras trava diariamente uma luta vã, como disse Drummond. A síndrome da página em branco (ou da tela em branco) é um fantasma que assola, que assusta, que persegue. O início de um texto, então, é uma prova de fogo.
Mas há tarefa ainda mais complicada: escrever sobre um objeto próximo a nós, algo que amamos, admiramos. Aí a imparcailidade é quase impossível. O que deveria ser objetivo torna-se subjetivo e a percepção acaba sofrendo com os ataques da passionalidade. Uma tortura!
Talvez por isso eu nunca tenha conseguido escrever algo especialmente a respeito de meus amigos, estes seres maravilhosos, donos de parte de minha alma e grandes responsáveis por quem sou.

Escrever pode até vir como um dom para muitos, mas para ninguém é algo que se faz sem esforço. Escrever, antes de tudo, é ler. Ler muito. Ler tudo. É também reescrever, modificar e, no final, ainda estar insatisfeito.

Mas escrever é também uma prática social em que o ser-autor se doa por interior, entrega o íntimo de sua memória e a essência de seus pensamentos aos seus leitores desconhecidos. Quem escreve conhece o perigo dos enganos da língua e não teme o ácido das críticas. Quem escolheu viver das palavras o faz porque ama, pois nesta guerra diária só entra quem não tem medo de morrer por ela.

:p

2 comentários:

Toty Freire disse...

Falou e disse, gatinha!

Anônimo disse...

Nossa, amiga!
Post perfeito...
Ahhhh... nem vale mais meus coments aki... sou fã mesmo!
Tudo acho massa!

Espero que estejas bem...
Um bjin***