sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Eu assumo

Paixão é assim, chega de repente.
Ele, um senhor com seus 50, talvez 60 anos.
Eu, no ensino médio.
Não importava. Me apaixonei!

Lembro do que ele me falou naquele dia: algo sobre lixo, encontros no corredor do prédio.
Não importava. Me apaixonei!

Sem ouvir sua voz, entendo o que diz.
Pensamentos que falavam através das palavras escritas.

Emblemático. Sensível.
Observador. Bem-humorado.
Interessante. Um vício.

***

Meses fora do país. Longe da música, do povo, da comida, dos aromas. No saguão do Aeroporto de Guarulhos, não me vejo mais sozinha -ali estava ele.
"Senti saudades, sabia? Procurei algo que lembrasse você, mas em outra língua, outra cultura, foi em vão", pensei.
Então ele me falou sobre 'As mentiras que os homens contam', falou que só andava com 'Sexo na Cabeça' ultimamente e, por isso, procuraria o 'Analista de Bagé'.
E me arrangou suspiros, e garagalhadas altas, que, por vezes, assustavam alguns entediados viajantes próximos a mim.

***

Singular, como tudo em sua obra, Luís Fernando Veríssimo é meu entorpecente. Sem ele na minha cabeceira não consigo dormir, tenho crises de abstinência literária.

Dono dos textos que eu adoraria ter escrito, pai do personagem mais perfeito que conheço - Ed Mort. Admiro a simplicidade com que Veríssimo escreve suas crônicas, a clareza com que transmite suas idéias, a originalidade com que trata o dia-a-dia da pessoa comum.

***

Há muito concluí o ensino médio. A paixão continua.

:p

Um comentário:

Toty Freire disse...

tici, não podemos negar, gatinha... é uma bela paixão!